Festival de Cultura Quilombola no Circuito Liberdade




Festival de Cultura Quilombola no Circuito Liberdade

Feira, cortejo, shows e encontros marcam a segunda edição do Canjerê

De 16 a 20 de novembro, a segunda edição do Canjerê ? Festival de Cultura Quilombola de Minas Gerais ocupa a Praça de Liberdade e os prédios do Circuito Liberdade com uma intensa programação aberta e gratuita (ver anexo). Realizado pela Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (N?Golo) em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda-MG) e Secretaria de Estado de Cultura, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), o Canjerê tem como objetivo ser um espaço de encontros, aprendizados, debates e trocas, e contribuir para dar visibilidade à cultura tradicional quilombola e à luta das comunidades pelo direito à terra e à vida digna. A iniciativa tem o patrocínio da Cemig, via Edital de Patrocínios do Governo do Estado e da Codemig.

O projeto integra as comemorações dos 45 anos do IEPHA-MG e vem ao encontro das políticas de salvaguarda do patrimônio imaterial e promoção do desenvolvimento agrário em Minas Gerais. A primeira edição do Canjerê foi realizada em 2015, na Funarte/MG e reuniu mais de cinco mil pessoas em três dias de atividades.

Um dos destaques na programação é a Feira de Artesanato, Culinária e Produtos Quilombolas, que reunirá cerca de 50 comunidades e ficará montada na Alameda da Educação durante todo o Festival. A programação contará também com shows de artistas como Mauricio Tizumba e Sérgio Pererê, apresentações artísticas de grupos quilombolas, cortejo de guardas de congado, exposição, oficinas e encontros. Aproximadamente 400 quilombolas de diversas regiões de Minas Gerais participarão do encontro.

COMUNIDADES QUILOMBOLAS PARTICIPANTES

Água Limpa, Água Preta de Baixo e Santa Cruz (Ouro Verde de Minas), Alegre e Onça (Januária), Almas, Onça e Curral Novo (Virgem da Lapa), Arturos (Contagem), Borá e Macaúbas(Bocaiúva), Braúnas (Suaçuí), Cachoeira dos Forros (Passatempo), Candendês (Barbacena), Carrapatos da Tabatinga (Bom Despacho), Chacrinha dos Pretos (Belo Vale),Córrego Cachoeira (Dom Joaquim), Córrego do Meio (Paula Cândido), Córrego Narciso (Araçuaí), Faceira (Chapada do Norte), Gurutuba (Catitu e Jaíba), Indaiá e Barro Preto(Antônio Dias), Ivo (Coluna), Jenipapo Pintos (Itinga), Luíses (Belo Horizonte), Mangueiras (Belo Horizonte), Manzo Ngunzo Kaiango (Belo Horizonte), Marceneiro (Santa Helena de Minas), Marobá e Marobá dos Teixeira (Almenara), Morro Santo Antônio (Itabira), Mumbuca (Jequitinhonha), Mutuca de Cima (Coronel Murta), Namastê (Ubá), Paraguai(Felisburgo), Puri (Manga), Quilombo e Macuco (Minas Novas), Raiz (Presidente Kubitscheck), Roça Grande (Berilo), Saco Barreiro (Pompéu), Santo Antônio, Buriti do Meio e Bom Jardim da Prata (São Francisco), São Geraldo (Brasília de Minas e Coração de Jesus), São Pedro de Cima (Divino), Três Barras, Buraco e Cubas (Conceição do Mato Dentro), Vila Nova, Ausente e Baú (Serro)

N?GOLO E A CAUSA QUILOMBOLA

Criada em 2005, a N?Golo é formada por cerca de 640 comunidades quilombolas e tem como objetivo representá-las junto ao poder público e à sociedade em geral, articulando a luta pela terra e pelo reconhecimento de direitos, e pela valorização e difusão da cultura quilombola.

Segundo dados do Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes), em Minas Gerais existem cerca de 500 comunidades quilombolas identificadas. Contudo, o acesso à informação, ao reconhecimento legal e às ações de apoio econômico e de infraestrutura previstas pelo Programa Brasil Quilombola ainda não são efetivas na maior parte delas.

A palavra Quilombo tem origem africana e significa acampamento ou fortaleza.  Alguns documentos do período colonial e imperial apontam que na época o termo quilombo estava relacionado com os espaços ocupados por negros fugidos do sistema escravista. Contudo, ao longo dos anos, devido à luta por direitos empreendida por diversos grupos étnico-raciais, e assimilada por instituições, como a Fundação Palmares, o conceito foi reformulado. De acordo com o Decreto 4887/2003, comunidades quilombolas são: ?grupos e?tnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuic?a?o, com trajeto?ria histo?rica pro?pria, dotados de relac?o?es territoriais específicas, com presunc?a?o de ancestralidade negra relacionada com a resiste?ncia a? opressa?o histo?rica sofrida?.

Com isso, hoje, está associado às comunidades quilombolas um leque diferenciado e extenso de práticas, experiências e sentidos que têm em comum questões de auto-atribuição de identidade étnica, territorialidade, origem escrava e ancestralidade negra com cunho eminentemente identitário, sem deixar de ser a representação da resistência por direitos a uma participação política efetiva.


SERVIÇO
CANJERÊ ? Festival de Cultura Quilombola de Minas ? 2ª edição
16 a 20 de novembro
Circuito Liberdade (Praça da Liberdade e equipamentos culturais do Circuito Liberdade)
Entrada gratuita
Realização: Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (N?Golo), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda-MG) e Secretaria de Estado de Cultura, por meio do IEPHA-MG


           
Programação

| FEIRA QUILOMBOLA
Cultura, artesanato, culinária e produtos quilombolas
Dia 18, sexta-feira, de 17h às 22h
Dia 19, sábado, de 10h às 22h
Dia 20, domingo, de 10h às 18h
Alameda da Educação
>> Programação Cultural

Dia 18/11, sexta-feira
§  Subida do mastro com o Candombe do Matição, a Guarda de Moçambique de São Benedito de Carrapatos da Tabatinga - concentração a partir de 18h
§  Tião Farinhada Cantador Popular


Dia 19/11, sábado
De 10h às 22h

§  Dança de Roda de São Félix,
§  Batuque de Praia
§  Batuque de Gurutuba
§  Descambado de Córrego Mestre
§  Batuque de Umbigada de Maitaca
§  Sussa de Buriti do Meio
§  Caboco do Surubim de Moça Santa
§  Negro por Negro de Sapé e Marinhos
§  Mironê de Carrapatos da Tabatinga
§  Iluayê Cantando Rodas de Santa Cruz, Água Preta de Cima e Água limpa
§  Coral Vozes de Campanhã de Justinópolis
§  Coral de Boa Morte
§  Felipe Nascimento de Manga
§  Breaking no Asfalto

Dia 20/11, domingo
De 10h às 22h

§  Cortejo e descida do mastro com o Congado de Berilo, Chapada do Norte e Minas Novas, a Guarda de Moçambique São Benedito de Carrapatos da Tabatinga, o Catopê do Serro, a Guarda de Moçambique Sagrado Coração de Jesus ? Irmandade Os Carolinos, a Marujada de Córrego Cachoeira, a Marujada de Santiago e a Irmandade do Rosário dos Arturos // Concentração a partir de 10h
§  Candombe (Açude)
§  Capoeira Kizomba (Manzo Ngunzo Kaiango)
§  Camilo Gan e Samba de Terreiro
§  Sérgio Pererê e Mauricio Tizumba


| DEBATES

Patrimônio cultural e territórios tradicionais
Com representantes da N?Golo, IEPHA, INCRA e IPHAN
16/11, quarta-feira, 17h às 19h
Centro Cultural Banco do Brasil


Quilombos urbanos: identidade e conflitos
Com representantes da N'Golo, UFMG e Defensoria Pública da União
18/11, sexta-feira, 16h às 18h
Memorial Minas Gerais Vale

Território e direitos quilombolas
Com representantes da N'Golo, PUC e Ministério Público Federal
19/11, sábado, 10h às 12h
PUC Minas Praça Liberdade
   
Quilombolas e a conjuntura política atual
Com representantes da N'Golo, CONAQ, INCRA, UFMG e Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Minas Gerais
19/11, sábado, 14h às 16h
PUC Minas Praça da Liberdade


| EXPOSIÇÃO

Quilombolismos de todo dia: as muitas buscas pela liberdade no cotidiano da escravidão
Com documentos, gravuras e objetos do séculos XVIII e XIX do Arquivo Público Mineiro
Curadoria: Ricardo Riberio
17/11 a 20/11, quinta-feira à domingo, 17 às 20h
Memorial Minas Gerais Vale


| OFICINAS

Não são necessárias inscrições prévias
Vagas limitadas

Áudiovisual quilombola, com Tiago Geifler
18/11 e 19/11, sexta-feira e sábado, 14h às 17h
Memorial Minas Gerais Vale

Turbantes e beleza negra, com Sirlene Passold (Manga)
19/11, sábado, 10h às 12h30
Espaço do Conhecimento UFMG

Culinária quilombola, com Cássia (Manzo Ngunzo Kaiango) e Tuquinha (Chacrinha dos Pretos)19/11, sábado, 15h às 17h
Centro de Arte Popular CEMIG


| ENCONTROS

Chá com as Matriarcas de comunidades quilombolas da Região Metropolitana
17/11, quinta-feira, 17h às 19h
Memorial Minas Gerais Vale

Brincadeiras e Contações de histórias, com Marielle Brasil e Isis Balbino ? Mabra Cultural
Programação infantil
19/11, sábado, 09h às 11h30 e 14h às 18h
Alameda da Educação

Roda de percussão, com o bloco afro Magia Negra
19/11, sábado, 15h às 17h
Museu Mineiro

Trocas de sementes crioulas
Entre as comunidades participantes da feira
19/11, sábado, 15h às 17h
Casa Fiat de Cultura


| PROGRAMAÇÃO ASSOCIADA DO CIRCUITO LIBERDADE

Visita temática à mostra Do Outro Lado do Desenho, com Clarita Gonzaga
19/11 e 20/11, sábado e domingo, 11h, 14h e 16h
Casa Fiat de Cultura

Ateliê Aberto Bonecas Abayomi de Papel, com Clarita Gonzaga e Biana Spósito
20/11, domingo, 10h (para crianças até 12 anos), 13h e 16h
Casa Fiat de Cultura

Visita temática: o percurso Território Negro na exposição Demasiado Humano
16/11, quarta-feira, 11h, e 18/11, sexta-feira, 16h
Espaço do Conhecimento UFMG

Exibição do documentário Dandaras: a força da mulher quilombola
16/11 a 18/11, quarta-feira à sexta-feira, 20h
19/11 e 20/11, sábado e domingo, 20h e 21h30
Espaço do Conhecimento UFMG

Exibição do vídeo Africanidade - Série Educação e Cidadania16/11 a 20/11, quarta-feira à domingo, 20h30 e 21h
Espaço do Conhecimento UFMG

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