Na Fronteira entre música e história Diamantina é palco de Festival Internacional
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Grupo Ilumiara por Kika Antunes |
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Caixa de Assovio por Daniel Magalhães |
II Festival Internacional de Música Histórica de Diamantina celebra as influências o Ibéricas na tradição musical do
Brasil
A cidade recebe,
desde a última sexta-feira(19), um dos maiores festivais dedicados a celebrar a riqueza da música tradicional. O evento reúne concertos,
aulas-espetáculos, mini-cursos, palestras e saraus, reunindo músicos,
estudantes, pesquisadores e interessados na temática. Toda a programação é
oferecida de forma gratuita.
A população de Diamantina e região, além dos turistas que acompanham a
programação do II Festival Internacional
de Música Histórica - De la Mancha ao Sertão: o Ibérico na tradição musical do
Brasil estão vivenciando uma experiência que vem extrapolando barreiras
físicas, permitindo uma experimentação diferenciada da musica por meio de
aulas-espetáculos, minicursos com professores do Brasil e do exterior, saraus
com presença de diversos artistas e manifestações e concertos. A programação do
festival está sendo realizada em diversos espaços da cidade: Mercado Velho, Museus(Casa
da Chica da Silva, Casa da Glória e
Museu do Diamante), Teatro Santa Izabel, além dos concertos na Igreja do
Carmo, Igreja São Francisco, Igreja do Rosário e Igreja do Amparo, além dos
saraus promovidos no Recanto do Antônio.
O Festival conta com importantes nomes locais, nacionais e
internacionais, que permitem ao público uma oportunidade singular de encontro
com a música histórica, de descobrir as
ricas influências das culturas ibéricas na tradição musical do Brasil. Todas as atividades são gratuitas.
Encerrando a
programação do II Festival Internacional de Música Histórica de Diamantina, no domingo, o grupo
Ilumiara apresentará o concerto Romanceiro popular
brasileiro, com a
participação especial de Ori Harmelin(Alaúde), Hudson Lacerda(violão) e Aline Cantia (narração
de textos). O Ilumiara é formado por
cinco músicos que também atuam como pesquisadores. O grupo traz em seu espetáculo a
contextualização histórico-social dos cantos de trabalho no Brasil. Sua
apresentação levará ao público um repertório de cantos de trabalho recolhidos
da tradição, diretamente em suas fontes, ou a partir de registros de
pesquisadores pioneiros como Mário de Andrade, Oswaldo de Souza e Ayres da Mata
Machado. O grupo interpreta vissungos, cantigas de ninar, canto de lavadeiras,
entre outros, em arranjos elaborados a partir de uma visão estética
contemporânea.
Em sua segunda edição, o Festival adota o
termo "Música Histórica", substituindo a expressão "Música
Antiga" utilizada na edição anterior, como forma de integrar, para além da
música erudita, registrada em partituras, os saberes passados de geração a
geração pela tradição oral, o conhecimento popular, as ricas experiências
culturais dos processos históricos. Para o diretor artístico do Festival, Marco Brescia, a mudança visa, nesta
edição, "abarcar o fazer musical ibérico disseminado pela tradição oral, ancestral,
vernacular, custodiada pelas gentes dos Sertões do Brasil, que juntos conformam
o riquíssimo arcabouço da cultura brasileira mais autêntica".
A cidade não é utilizada
como mero palco/cenário para o festival. Ela também é proponente/executora do
evento, participando ativamente de todos os processos. A preparação de cada
edição começa há muitos meses do festival e envolve estudos e análises dos bens
e riquezas patrimoniais, vocações e sobre a contribuição deixada para a cidade
a partir de cada edição do evento. Estreitando os laços
com a comunidade de Diamantina, o evento abre espaço para manifestações
musicais que estão inseridas dentro do contexto histórico e social local.
Com o objetivo de preservar um bem material com
função imaterial e divulgar um importante patrimônio brasileiro, o órgão
Almeida e Silva/Lobo de Mesquita, localizado no interior da Igreja de Nossa
Senhora do Carmo, o festival se volta para a valorização musical e histórica e
também para a relação com a população da cidade e suas riquezas. Com um
precioso acervo de partituras, toques de sinos, bandas musicais, toques de
tambores, tradição das serestas, instrumentos musicais, conservatório e
artistas, a cidade, também abriga o órgão Almeida e Silva/Lobo de Mesquita,
instrumento montado integralmente no Brasil no século XVIII, e que teve sua
restauração concluída em 2014. O processo de restauração levou 8 anos e foi
realizado em três etapas. A equipe de restauro contou com a direção do mestre
organeiro Frédéric Desmottes, que desmontou o instrumento e inventariou cada
parte. O organista Marco Brescia e o mestre organeiro Frédéric Desmottes
identificou todas as inscrições originais de Almeida e Silva para reconstituir
o plano sonoro original do instrumento. O órgão Almeida e Silva/Lobo de
Mesquita foi devolvido para a comunidade de Diamantina, após um hiato de 70
anos sem atividades.
Programação
último final de semana II Festival
Internacional de Música Histórica de Diamantina
27 de Fevereiro - Sábado
11h00 – Caixa
de Assovio do
Serro e
Daniel Magalhães
(Brasil)
Local: Mercado Velho
20h00 - Concerto: O órgão cervantino no
contexto pan-hispânico - Cristina García Banegas (Uruguai)
Local: Igreja do Carmo
28 de Fevereiro - Domingo
11h00 - Concerto: Romanceiro popular
brasileiro –
Ilumiara (Brasil) convida Ori Harmelin (Alaúde), Hudson Lacerda (violão) e
Aline Cantia (narração de textos)
Local: Igreja do Rosário
Serviço
2º Festival Internacional de Música Histórica - De la Mancha ao Sertão:
o Ibérico na tradição musical do Brasil.
Até 28 de fevereiro de 2016
Diamantina - Minas Gerais
Informações e Programação: www.musicahistoricadiamantina.com
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