Disco Autoral "Nuvens" de Fábrio Haendel é um diálogo entre música e poesia
Fábio Haendel lança CD musical em parceria com escritores
O
lançamento do CD "Nuvens" será no dia 13 de setembro, às 20h, no
Teatro do Goethe Institut - ICBA, com participações especiais dos escritores
Kátia Borges, Nílson Galvão, Mariana Paiva e da cantora Illy Gouveia
Não é
comum que se escreva um release na primeira pessoa. Mas tomei, sem cerimônia, a
liberdade. Tive a oportunidade de conviver com Fábio Haendel e percebi que ele
é ser humano privilegiado pelo fato de ter a arte como salvadora dos dias em
qualquer tempo e espaço. Não é à toa que Haendel é visivelmente inquieto.
Possui radares e antenas magnetizadas que emitem informações em cadernetas
espiral baratas.
Vejo o
homem que alcança lugar próprio, levado pelos pincéis e lápis com o que desenha
quadrinhos em movimentos cada vez mais crescentes pela prática de ilustrar
livros. E aponto também o trovador urbano que cospe quadras, versos, repentes,
emboladas. Bardo, rápido no gatilho do pensamento. Alinhava o poema na canção
pra enfrentar tantos desafios: os de hoje e os de outrora. Assim vai limpando a
dor de alma, entende a sina e se reinventa aprendiz do mundo pela arte.
Para
tanto é preciso coragem, homem. Como se pode perceber no segundo CD de Fábio
Haendel, "Nuvens", que tem a direção artística de Thiago Romero com
co-direção de Georgenes Isaac e a produção musical de Braulio Passos. A
produtora Lígia Benigno assina a coordenação geral.
Fábio
(voz, violão e gaita) apresenta um trabalho medido e pensado a partir do número
de faixas: são oito canções divididas em autoria e participações. Entre apostar
na liquidez da sonoridade fácil ou marcar território próprio, ele opta pelo
caminho árduo da geografia do mercado fonográfico, arriscando a chance de
imprimir a verdade do artista cancioneiro. Acompanhado pelos músicos da banda
base, Estevam Dantas (piano), Pedro Dantas (bateria), Henrique Duarte (baixo),
João Trevisani (guitarra) e Saulo Tupinambá (percussão), e participações de
Willyto Haendel (baixo acústico), Mário Soares (violino), Ivan Sacerdote
(clarineta), Fabrício Dalla Vecchia (trombone), Gil Mário Santos (trompete) e
Willy Haendel (violão clássico e bandolim), "Nuvens" chega pra fazer
dançar, pensar, celebrar a novidade e não faz mal a ninguém.
Nuvens -
Histórias das faixas
"Nuvens"
(Fábio Haendel) - é faixa inicial, uma balada que já anima e manda verbo:
"aquele que mesmo vendado ver o real e segue o sonho de um doido marginal;
estava escrito na testa, mas você não entendeu; diante do espelho viu o
contrário do que leu".
"Cada
Cabeça" (Fábio Haendel) - é um mundo onde cabe todos e esta criação.
" De grão em grão escrevo uma canção; cada cabeça é um mundo de
sentimentos profundos; então use sua imaginação".
"Curta
Metragem" (Nílson Galvão e Fábio Haendel) - com o poeta e jornalista
Nílson Galvão é batida de trilha sonora para western latino com metais de Ivan
Sacerdote (clarineta), Fabrício Dalla Vecchia (trombone) e Gil Mário Santos
(trompete). Nem todo mundo se vende por um punhado de dólares. "O abre
alas de histórias ínfimas, eis o filme, sangue do filme, eis o dia, na vida de
ninguém, sua saga pela cidade, singrando a manhã, riscando na pedra de manhã,
essa história qualquer de uma luz, eis o homem".
"Vestir
despir" (Fábio Haendel) - é outra balada pra tocar no rádio e a gente
cantar no carro, mas também enquanto escolhe o figurino do dia ou da noite.
"Vestir ou se despir o importante é saber por onde ir; cada um tem seu
ponto de vista; se vista de acordo com que você acredita; o diferente é o louco
e o normal é o igual na sociedade das aparências".
"Sábios
Blues" (Nílson Galvão e Fábio Haendel) - também na companhia do poeta
Nílson Galvão - quem toca violão e gaita tem presença de blues no gingado e na
alma e o poema de Galvão não é raso. "Daremos um jeito, durante o
mergulho, de sermos banais como todos os seres que somem na areia, na areia sem
dono sem deus, sem razão, sem fazer do desejo essa cruz".
"Poemas
Sonhados" (Mariana Paiva e Fábio Haendel) - parceria com a escritora e
jornalista Mariana Paiva. Divide vocais com a cantora Illy Gouveia. Uma balada
country em nome do pai e do filho para o encontro do bandolim e gaita dos
Haendel (Willy é criador e Fábio é cria) - "sonhei com poemas que preferi
não despertar para escrever; desculpe pelas palavras rudes que machucaram, eram
uma tentativa desastrada de encostar em você; e agora que está provado que eu
te machuco e que você me machuca, que nós dois, ainda existimos mesmo".
"Beleza
moça" (Kátia Borges e Fábio Haendel) - é um poema musicado da escritora e
jornalista Kátia Borges. Vai soar como provocação para quem prefere se
plastificar à envelhecer dignamente. Os versos lembram à moça, que beleza
"é barco que parte" e adverte, "não tente atracar a sua num cais
de botox". E a poesia é também o som do violino do músico Mário Soares, do
bandolim de Willy Haendel e do baixo de Willyto Haendel.
"Morro
do submundo" (Fábio Haendel) - é rock n' roll com o privilégio de solos de
gaita e piano, além dos sopros do trio Ivan Sacerdote (clarineta), Fabrício
Dalla Vecchia (trombone) e Gil Mário Santos (trompete). "Vai subindo o
morro do submundo, vai sumindo as cartas dos donos do mundo e eu já cansei
desse assunto de procurar os pedaços perdidos no fundo... Subindo de escada ou
de morro tem sempre alguém pedindo socorro... É melhor morar no mato com jacaré
do que ser um pato com ratoeira no pé". Tá ligado?
FICHA
TÉCNICA
Composições,
voz, violão e gaita: Fábio Haendel
Músicos:
Baixo-
Henrique Duarte
Guitarra-
João Trevisani
Vioão e
bandolim- Willy Haendel
Piano-
Estevam Dantas
Bateria-
Pedro Dantas
Percussão-
Saulo Tácio
Produção
Musical: Bráulio Passos
Cantora
convidada: Illy Gouveia
Direção
artística: Thiago Romero
Co-direção:
Georgenes Isaac
Iluminação:
Luiz Guimarães
Poesias:
Mariana Paiva, Kátia Borges e Nilson Galvão
Preparação
vocal: Marcelo Jardim
Programação
Visual: Vika Lima
Vídeos:
Paulo Bittencout
Textos:
Maristela Sena
Coordenação
de Produção: Lígia Benigno
SERVIÇO:
O QUÊ:
Lançamento do CD "Nuvens" de Fábio Haendel
QUANDO:
13 de setembro, sábado, 20h
ONDE:
Teatro do Goethe Institut- ICBA - Corredor da Vitória, Salvador-BA
QUANTO:
R$20,00 (inteira+CD)
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