A Fronteira é nosso lugar!!!


O Brasil é um país de diversidade possibilitada principalmente pelo encontro de diferentes povos. No entanto, existe um universo cultural ainda desconhecido por grande parte da população brasileira. Esses locais se encontram, principalmente nos estados e cidades de fronteira, como, por exemplo, o Acre, estado de tríplice fronteira ainda pouco reconhecido e explorado culturalmente.

Porém, as fronteiras, por se constituírem como locais de encontro de diferentes povos e culturas, possibilitam um hibridismo cultural que se manifesta na música e nas artes produzidas. Visando a valorização e reconhecimento desses locais de encontro cultural, o “Música de Fronteira” será realizado no Rio Branco no Acre e Cuiabá no Mato Grosso. Ambos são locais de fronteira e de efervescência cultural que precisa ser fomentada e difundida no Brasil e América Latina.

Mesmo que o Brasil seja formado por nove tríplices Fronteiras, locais de encontro territorial brasileiro com outros dois países latino americanos o reconhecimento da influência mútua entre nossa cultura e a dos países vizinhos é praticamente invisível aos olhos dos grandes centros e mercados culturais brasileiro. O Música de Fronteira quer ser um estímulo para a construção de uma nova realidade cultural brasileira em que esses locais de encontro sejam valorizados e pesquisados como regiões de invenção cultural e de inovação estética.

Além da questão territorial propriamente dita, atualmente é comum encontrarmos artistas que não se identificam com nenhum gênero musical específico, mas que estão no entre, no lugar fronteiriço do encontro das linguagens e este encontro possibilita o surgimento de novas estéticas a partir das experimentações e diálogos culturais. O conceito de multiartista, aquele que transita por várias linguagens e a idéia de não pertencimento a nenhum gênero musical específico tem se tornado conceitos comuns a música produzida no mundo. O “Música de Fronteira” quer dar vazão a toda essa produção e riqueza estética.

O "Música de Fronteira" quer também ser um estímulo ao fomento de um mercado cultural sustentável nessas regiões de fronteira. Atualmente, apenas 1000 músicos no Brasil vivem de música e esses estão concentrados na região sudeste. Devido a esse fator econômico somado a falta de estímulo e de espaços para a manifestação desses artistas, muitos adeles têm dificuldades de se afirmar como músicos. Essa afirmação também é um processo identitário, como é se afirmar-se negro, índio ou branco. Nesse sentido, o "Música de Fronteira" quer ser mais um espaço de manifestação de novas linguagens e de fruição artística.

O projeto Música de Fronteira, foi idealizado por Brenda Mars e Pâmilla Vilas Boas, jornalistas e musicistas, integrantes da banda Cáustico.
Mais informações: bandacaustico@gmail.com

Na foto: Banda Cáustico (Pam, Brenda e Polly).

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